Náu Do Inferno

Posted on abril 19, 2011

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Hoje tive um dia muito lúcido. Serviu para erigir a minha consciência melhor sobre os seres humanos e suas necessidades. Mais do que isso, percebo que existem situações piores do que imaginamos.

Nocivamente, vejo grande parte das pessoas como eu – que fazem parte da classe média-alta brasileira possuem inúmeros preconceitos e elitismos. Gosto do bom humor (seja ele humor negro, ou branco, ou cinza ou apenas vermelho) e faço muitas piadas referentes a andar de ônibus e outros hábitos mais populares. Continuarei fazendo, independente de ter compreendido este conceito ou não. Humor é necessário para nossas vidas e o melhor humor é feito com suas próprias tolices. Porém, admito que a ignorância alheia é muito utilizada na comédia da existência.

Particularmente não serei hipócrita em meus escritos mas serei razoável.

Meu carro quebrou, digno de minha falta de noção em mantê-lo revisado (lição para todos) e tive que – automaticamente – locomover-me através de transportes coletivos. Até ai, tudo bem. No Rio de Janeiro pego ônibus, em São Paulo pego metrô e isto não me proporciona nenhum mal-estar. Muito pelo contrário, adoro pegar metrô (admito que prefiro linha verde) e gosto de pegar os ônibus freshhhcões do RJ. Voltando à “Cidade-Sorriso”, tem ônibus aqui perto da minha casa que me levam para qualquer lugar da cidade. Não me pareceu má idéia ficar alguns dias sem carro. Não queria gastar com táxi toda hora, pois aqui não é Buenos Aires que o táxi é muiiiiito barato (não sei como eles alimentam as famílias deles). Portanto saí para ministrar minhas prática de costume, 18 horas de segunda-feira. Saí bem antes, para não pegar horário de rush (ou seja sai às 16h). Deparei-me com um completo esquecimento dos ônibus. Tinham tantas irregularidades, que me senti como estivesse em uma piada. Porta não abria, seguradores quebrados, demora do ônibus e lotação absurda… ahhhhh a lotação… Essa passou dos limites. Duas estações antes, já não cabia mais pessoas dentro do ônibus (e olha que estes ônibus cabem 170 pessoas). Mas elas continuaram a entrar… E entrar… E entrar… Até que fossem todos esmagados contra parede. Pelo menos as janelas estavam abertas… … … mas começou a chover… e chover… e chover… e as janelas foram fechadas. E o cheiro do trabalho do dia e da falta de desodorante tomou conta… POTZ!

Isto não é uma cena infernal? Pensei que o próprio Caronte estava guiando o bi-articulado. Porém, admito que estava com um excelente bom humor e não precisei brigar com ninguém. Porém falo pois não preciso fazer este percurso sempre (tomara que quase nunca até modernizarem o transporte público curitibano). E quando sabemos que vai passar, até ficamos muito mais tranquilos diante da situação…

Logo, relevo minha preocupação. O transporte público curitibano está minguando em qualidade. Não é digno de uma cidade com tanta qualidade de vida.

Deixo minha nota.

Abraços a todos.

Posted in: Crítica